O 10º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, entregue na noite de ontem, segunda, 31, no palco do Teatro João Caetano, foi parar nas mãos do produtor e diretor José Padilha, realizador de Tropa de Elite 2, de José Padilha, em 9 das 16 categorias as quais tinha sido indicado juntamente com Chico Xavier, de Daniel Filho, que levou apenas 3 prêmios. Homenagens também fizeram parte da festa da premiação
Mesmo antes da entrega dos prêmios, em conversa informal com jornalistas e colegas de profissão, o cearense Luiz Carlos Barreto, considerado o maior produtor do cinema brasileiro e grande homenageado do evento, elogiava o diretor José Padilha, antevendo que ele levaria a maioria dos prêmios: “Ele fez um filme de alta competência técnica, artística e popular. Mostrou que o cinema brasileiro tem capacidade de competição como qualquer outro”.
No palco do Teatro João Caetano, Tropa de Elite foi recebendo as principais premiações: melhor filme, diretor, ator, para Wagner Moura, ator coadjuvante (André Mattos e Caio Blat), fotografia e outros. No recebimento dos prêmios, Padilha destacou a importância de Wagner Moura para o cinema nacional – “ele é um ator especial, porque não pensa apenas no seu personagem, ele atua no filme como um todo” e “ele é uma jóia do cinema nacional” – e não se esqueceu de citar o crescimento do cinema brasileiro em 30%, no ano passado.
Grande homenageado da noite, o produtor Luis Carlos Barreto, ao lado de sua mulher, Lucy Barreto, relembrou o começo de sua carreira como repórter fotográfico da revista “O Cruzeiro” e o encontro com o cineasta Gláuber Rocha, cuja entrevista mudou a sua carreira, entregando-se ao cinema a partir daí. Sempre crítico, Barretão espinafrou mais uma vez, o ex-presidente Fernando Collor, que ao assumir o governo, fechou a Embrafilme. Também se disse aliviado por Tropa de Elite 2 ter-lhe tirado um fardo de 20 anos. “A pior coisa do mundo é você ficar 20 anos assim, como recorde do Brasil”, disse brincalhão, referindo-se ao período durante o qual Dona Flor e Seus 2 Maridos ficou com o título de maior público do cinema brasileiro. Por fim, pediu menos burocracia e mais filmes nos cinemas,
Outras homenagens foram prestadas. A Mostra de Cinema de Ouro Preto que levou o prêmio de Preservação, entregue por dona Lúcia Rocha, 93, mãe do baiano Gláuber Rocha; o musicista Remo Usai, autor de 120 trilhas sonoras de filmes, entre eles, O Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias, e Tocaia no Asfalto (1962), de Roberto Pires (para saber mais sobre Remo Usai, acesse http://setarosblog.blogspot.com/2009/03/remo-usai-genio-da-partitura-incidental.html); e, igualmente bem lembrada, a atriz e diretora Norma Benguell. Nascida em 1935, ela apareceu para o show business como vedete dos famosos shows de Carlos Machado e chegou ao cinema com a inesquecível chanchada O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga e, mais tarde, em 1988, se tornou diretora com Eternamente Pagu, embora ainda concliasse a interpretação. Hoje, Benguell locomove-se em uma cadeira de rodas (doada pelo apresentador Faustão Silva) após uma cirurgia na coluna e passa por dificuldades financeiras. Ela foi a primeira atriz a aparecer em nu frontal, em Os Cafajestes (1962), de Ruy Guerra (para saber mais sobre Norma Benguell, clique no link – http://gilbertocarlos-cinema.blogspot.com/2011/04/norma-bengell.html).
Ainda quanto aos filmes, Chico Xavier, que concorria a 13 prêmios, levou apenas 3: atriz coadjuvante, Cássia Kiss; roteiro adaptado, Marcos Bernstein, e maquiagem. Quincas Berro D’Água, de Sérgio Machado, de direção de arte e figurino; e O Homem que Engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira, ficou com os de melhor documentário e trilha sonora. A maior surpresa foi Glória Pires ter sido eleita a melhor atriz pelo papel de dona Lindu em Lula, o Filho do Brasil, de Fábio Barreto.
Lamenta-se que os organizadores da premiação não tenham estabelecido o critério de qualidade para a indicação dos filmes. Como explicar que Os Famosos e os Duendes da Morte, de Esmir Filho, e O Sol do Meio Dia, de Eliane Caffé, integrassem a lista dos melhores do ano em apenas uma das 20 categorias?
Conheça todos os vencedores.
Melhor Filme/Júri e Voto Popular
TROPA DE ELITE 2
Melhor Diretor
José Padilha, TROPA DE ELITE 2
Melhor Documentário
O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS, de Lírioo Ferreira
Voto Popular – DZI CROQUETES, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez
MELHOR FILME INFANTIL
EU E MEU GUARDA-CHUVA, de Toni Vanzollini
Melhor Filme Estrangeiro
O SEGREDO DE SEUS OLHOS (Argentina/Espanha), de Juan José Campanella
Melhor Ator
Wagner Moura, TROPA DE ELITE 2
Melhor Atriz
Glória Pires, LULA, O FILHO DO BRASIL
ATOR COADJUVANTE
André Mattos e Caio Blat, TROPA DE ELITE 2
Atriz Coadjuvante
Cássia Kiss, CHICO XAVIER
Melhor Rioteiro Original
Bráulio Mantovani e José Padilha, TROPA DE ELITE 2
ROTEIRO ADAPTADO
Marcos Bernstein, CHICO XAVIER
MELHOR FOTOGRAFIA
Lula Carvalho, TROPA DE ELITE 2
Direção de Arte
Adrien Cooper, QUINCAS BERRO D’ÁGUA
Figurino
Kika Lopes, QUINCAS BERRO D’ÁGUA
Maquiagem
Rose Verçosa, CHICO XAVIER
Efeitos Visuais
Darren Bell, Geoff D. Scott e Renato Tilhe, NOSSO LAR
Melhor Montagem/Filme de Ficção
Daniel Rezende, TROPA DE ELITE 2
Melhor Montagem/Documentário
Raphael Alvarez, DZI COQUETTES
Melhor Som
Alessandro Laroca, Armando Torres Jr. e Leandro Lima, TROPA DE ELITE 2
Melhor Trilha Sonora
Guto Graça Mello, O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS
Trilha Sonora Original
Jacques Morelenbaum, OLHOS AZUIS
Melhor Curta-Metragem/Ficção
RECIFE FRIO, de Kleber Mendonça Filho
Melhor Curta-Metragem/Documentário
GERAL, de Anna Azevedo
Melhor Curta-Metragem de Animação
TEMPESTADE, de César Cabral
Confira o treiler de Dzi Croquettes, melhor documentário do Júri Popular.
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